Espanha e França 2018
Dia 29 (30 de Maio de 2018)
(Saint Malo – Dol de Bretagne)
A Porta de São Tomás, “Porte
Saint-Thomas", juntamente com a “Grande Porta” é a mais antiga de
Saint-Malo e cuja construção remonta ao ano de 1737. Esta porta dava acesso à
praia de “L’Eventail” e ao Forte Nacional.
Porta de São Tomás nas muralhas da cidade fortificada "Intra-Muros" de Saint-Malo |
Pormenor da engrenagem em ferro destinada a abrir e fechar a Porta de São Tomás em Saint-Malo |
Seguidamente subimos as escadas
de acesso ás muralhas e olhando para o oceano vemos as ilhas “Petit Bé" e "Grand
Bé” bem como o Forte Nacional, construído sob as ordens de Vauban durante o ano
de 1689, para assegurar a proteção do porto de Saint-Malo.
O Forte Nacional pode ser
visitado quando a maré baixa durante o período de 1 de Junho a 30 de Setembro e
ainda durante as férias escolares.
As visitas são visitas guiadas e
comentadas por um guia e com a duração aproximada de 35 minutos.
Os bilhetes para a visita custam
5€ por adulto e 3€ por criança dos 6 aos 16 anos.
O Forte Nacional encontra-se
classificado como Monumento Histórico.
O denominado forte da Rainha “Fort La Reine” era originalmente uma bateria de artilharia, construída sob as ordens de Vauban em 1694 e a sua construção tinha por finalidade assegurar a proteção do porto de Saint-Malo.
"Forte Nacional" em Saint-Malo |
O denominado forte da Rainha “Fort La Reine” era originalmente uma bateria de artilharia, construída sob as ordens de Vauban em 1694 e a sua construção tinha por finalidade assegurar a proteção do porto de Saint-Malo.
A Torre de Bidouane, “Tour
Bidouane”, construída num promontório rochoso durante a segunda metade do
século XV, com os seus 23 metros de altura e 13 metros de largura é uma das
principais torres fortificadas das muralhas de Saint-Malo.
"Torre Bidouane" nas muralhas da cidade fortificada "Intra-Muros"
de Saint-Malo
|
"Torre Bidouane", uma pequena praia e ao fundo o "Forte La Reine"
em Saint-Malo
|
Nas muralhas, mais precisamente
na Praça de Quebec “Place du Québec”, encontramos a estátua de Robert Surcouf, vestido com o seu casaco de corsário e indicando com a cabeça o caminho a seguir.
O corsário “Robert Surcouf “ denominado como “o rei dos corsários” tinha como alvo preferencial o comércio inglês.
O corsário “Robert Surcouf “ denominado como “o rei dos corsários” tinha como alvo preferencial o comércio inglês.
Robert Surcouf, nascido em 1773
foi marinheiro aos 13 anos e capitão aos 22 anos e a sua façanha mais
importante aconteceu em Janeiro de 1796. Nessa altura, no Oceano Índico, após
ter interceptado e saqueado um navio inglês carregado de arroz, quando viu ao
longe um enorme barco britânico, o Triton, com 30 armas e 150 homens a bordo.
Robert Surcouf tem apenas 6 armas
e 15 homens, mas, ele resolve ostentar a bandeira inglesa no seu barco e faz
assim a aproximação ao barco “Triton” sem ser atacado. No último momento da
aproximação retira a bandeira inglesa e iça a bandeira francesa e de imediato
faz a abordagem ao barco “Triton”. Após uma meia hora de luta selvagem e feroz
os ingleses do barco “Triton” rendem-se. A partir desta altura começa
verdadeiramente a lenda de Robert Surcouf, aos 23 anos de idade, como “o rei
dos corsários”.
Outro feito importante do corsário “Robert Surcouf “ foi a captura de
“Kent” o importante navio de 1200 toneladas da Companhia Britânica das Índias
Orientais.
Estes corsários tinham a
aprovação do rei de França com o qual partilhavam os espólios dos saques.
O forte do Pequeno Bé “Fort du
Petit-Bé” encontra-se na ilha de “Petit-Bé”, a poucas centenas de metros das
muralhas de Saint-Malo e a poucas dezenas de metros da ilha do Grande Bé
“Grand-Bé”.
O forte construído no século
XVII, é composto por uma grande plataforma e um edifício com três níveis e dois
bastiões e com acomodações para 160 soldados com 19 canhões e 2 morteiros. Este
forte fazia parte de um cinturão defensivo, projectado por Vauban e destinado a
proteger a cidade de Saint-Malo dos ataques das esquadras inimigas, inglesas e
holandesas. Esse cinturão defensivo também incluía além das próprias muralhas
da cidade, vários fortes, (“Forte Nacional”, “Fort Harbour”, “Fort La Conche”,
“Fort Cézembre”, e “Fort de Varde”, estes dois últimos foram destruídos) .
O bastião (fortaleza) da Holanda”
“Le Bastion de la Hollande”, foi construído após o colapso de parte das
muralhas originais da cidade de Saint-Malo, a partir do ano de 1674. Este
bastião (fortaleza) tomou o nome de “Holanda”, porque a sua construção começou
durante o período em que a França estava em guerra com a Holanda.
Continuando pelo “Bastião da
Holanda” encontramos a estátua de Jacques Cartier.
Jacques Cartier, explorador, nascido em Saint-Malo em 31 de Dezembro de 1491, ficou conhecido pelas suas três viagens ao Canadá em busca de ouro e a descoberta do Triângulo das Bermudas, entre outras.
Jacques Cartier, explorador, nascido em Saint-Malo em 31 de Dezembro de 1491, ficou conhecido pelas suas três viagens ao Canadá em busca de ouro e a descoberta do Triângulo das Bermudas, entre outras.
O corsário René Duguay-Trouin,
nascido em Saint-Malo no dia 10 de Junho de 1673, alcançou o posto de Almirante
das armadas navais do rei de França e também o posto de Comandante da Ordem
Real e Militar de São Luís. Aos 18 anos era capitão de uma fragata propriedade
da sua família e aos 21 anos o rei Luis XIV de França, confiou-lhe o comando do
barco “Profond”, com 32 canhões.
Ele capturou mais de 300 navios mercantes e 16 navios de guerra.
O feito mais importante deste corsário foi uma expedição armada francesa que comandou em Setembro de 1711 e que culminou com o sequestro do Rio de Janeiro no ano de 1711. Nessa altura o corsário impôs condições para sair, o equivalente a 2 milhões de libras francesas, caso contrário incendiaria o Rio de Janeiro. As negociações foram difíceis e duraram semanas, mas por fim foram aceites, pelo que o corsário regressou finalmente a França com o espólio deste saque.
Ele capturou mais de 300 navios mercantes e 16 navios de guerra.
O feito mais importante deste corsário foi uma expedição armada francesa que comandou em Setembro de 1711 e que culminou com o sequestro do Rio de Janeiro no ano de 1711. Nessa altura o corsário impôs condições para sair, o equivalente a 2 milhões de libras francesas, caso contrário incendiaria o Rio de Janeiro. As negociações foram difíceis e duraram semanas, mas por fim foram aceites, pelo que o corsário regressou finalmente a França com o espólio deste saque.
Estes corsários tinham a
aprovação do rei de França com o qual partilhavam os espólios dos saques.
Estátua do corsário "René Duguay-Trouin" em Saint-Malo |
Continuando o nosso percurso
chegámos à Catedral de Saint-Malo, mais precisamente a Catedral de São Vicente
de Saragoça “Cathedrale Saint-Vincent-de-Saragoça de Saint-Malo”, do século
XII, de estilos romano e gótico, apresenta janelas com vitrais que retratam a
história da cidade e é dedicada a São Vicente de Saragoça.
A Igreja sofreu bastantes danos
durante os bombardeamentos da 2ª guerra mundial em Agosto de 1944 e as obras de
reconstrução demoraram cerca de 28 anos.
Fachada da Catedral de Saint-Malo |
Nave e altar da Catedral de Saint-Malo |
Nave e altar da Catedral de Saint-Malo |
Saindo da catedral fomos até ao “Recinto
da Resistência”, “L’Enclos de la Resistence”, construído em homenagem aos
voluntários de Saint-Malo que se uniram à resistência durante a 2ª guerra
mundial. Ali podemos observar um grande megalito de granito e que evoca um
corpo humano em pé, sem braços e numa postura suplicante, com a cabeça voltada
para o céu.
Próximo do “Recinto da
Resistência” encontra-se a “Capela de Saint-Aaron”, Chapelle Saint Aaron”, do
século XVII, é dedicada a “Saint Aaron, pai espiritual de Sant-Malo e segundo a
tradição encontra-se localizada no local onde viveu, morreu e foi enterrado o
eremita “Saint Aaron”.
A “Capela de Saint-Aaron” está
classificada como Monumento Histórico
Continuando o nosso percurso
passámos pela casa “La Houssaye”, construída no século XV é considerada como a
casa mais antiga de Saint-Malo devido aos detalhes arquitectónicos.
Com três níveis /andares) a é torre
coberta com um telhado cónico e apresenta uma galeria de madeira, vulgarmente
designada como varanda ou marquise.
Vulgarmente conhecida como a “Casa
da Duquesa Ana”, pois segundo a tradição é referido de que a Duquesa Ana da
Bretanha, ficava lá instalada aquando das visitas que efectuava para
inspecionar os trabalhos do castelo.
Em seguida fomos até ao porto e
ali encontra-se ancorado a fragata “Estrela do Roy”, “Étoile du Roy”, que é o
segundo maior navio corsário francês, com os seus 47 metros e com três mastros.
A fragata “Estrela do Roy”, “Étoile du Roy”, é uma espécie de museu flutuante podendo ser visitado, com os seus 20 canhões, uma figura de proa otomana e umas dimensões majestosas, 790 m2 de vela, entre outras curiosidades.
A fragata “Estrela do Roy”, “Étoile du Roy”, é uma espécie de museu flutuante podendo ser visitado, com os seus 20 canhões, uma figura de proa otomana e umas dimensões majestosas, 790 m2 de vela, entre outras curiosidades.
No passado, até 240 tripulantes estavam ocupados no convés e nas mortalhas.
As visitas podem ser efectuadas
entre Abril e Outubro e nas férias escolares. O bilhete de entrada é de 6€ por
adulto e 3€ por criança.
Figura de proa otomana na fragata "Estrela do Roy" no porto de Saint-Malo |
A fragata "Estrela do Roy" no porto de Saint-Malo |
A fragata "Estrela do Roy" no porto de Saint-Malo |
No século XVII o porto de Saint-Malo foi muito importante e
produziu uma imensa riqueza oriunda da Terra Nova e das Índias, que permitiu
aos armadores construírem grandes mansões e que hoje se tornam as jóias da
arquitectura civil da cidade.
Um lugar de histórias e lendas, berço de personagens
ilustres, a cidade de Saint-Malo conseguiu preservar a sua autenticidade
conferida pelas suas muralhas, suas calçadas e suas antigas pedras.
As expectativas que tínhamos
relativamente a esta visita confirmaram-se pois Saint-Malo é um destino que
óbviamente se recomenda.
Almoçámos umas ameijoas, “Moulles”,
num dos restaurantes no casco velho “Intra-Muros” e em seguida saímos para Dol
de Bretagne onde chegámos por volta das 15,00 horas à AS onde já se encontravam
mais 5 autocaravanas.
Dol-de-Bretagne fica localizada
na Bretanha e no departamento de “Ille-et-Vilaine”. É uma pequena cidade
situada a meio caminho entre a cidade fortificada de Saint-Malo e
Mont-Saint-Michel.
Depois de devidamente instalados
e após termos efectuado a manutenção das águas da autocaravana, fomos ao Posto
de Turismo solicitar mapas e informações turísticas. Como curiosidade pode-se
referir que a informação constante no “caderno de viagem” fornecido pelo Posto
de Turismo, consta com três percursos assinalados e comentados. Os referidos
percursos têm duração diferente de tempo, 1 hora, 2 a 3 horas e o de 1 dia. O
percurso de um dia inclui algumas visitas nas redondezas próximas da vila.
Após termos analisado esta
informação a nossa visita começou precisamente junto do Posto de Turismo com a
visita à Catedral. A Catedral de São Sansão “Cathedrale Saint Samsom”,
construída nos séculos XII e XIII é de estilo gótico de influência normanda,
sendo uma das mais belas catedrais da Bretanha. Esta catedral é dedicada a São
Sansão, “Saint Samsom” que foi um dos santos fundadores da Bretanha.
Na catedral podemos admirar as
esculturas ornamentadas em torno da entrada sul, belos vitrais e o túmulo de
estilo renascentista de um bispo do século XV (o Mausoléu de Thomas James) bem
como as relíquias de São Sansão e São Magloire.
A Catedral de São Sansão
“Cathedrale Saint Samsom” encontra-se classificada como Monumento Histórico.
Fachada da catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Fachada norte da catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Esculturas ornamentadas na entrada sul da catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Pormenor das esculturas ornamentadas na entrada sul da catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Nave e altar na catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Púlpito na catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Mausoléu de estilo renascentista de "Thomas James" na catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Esculturas no Mausoléu de "Thomas James" na catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Vitral na catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Altar da catedral de São Sansão em Dol-De-Bretagne |
Na rua “Lejamptel “Rue Lejamptel”,
antiga rua estreita, podemos admirar algumas casas dos séculos XII e XIII, com
as suas arcadas, pilares e varandas.
A Maison des Petits Palets,
também conhecida como a Casa das Mantas, construída no século XII e
posteriormente foi remodelada no século XVII.
O edifício de dois andares é
notável por sua série de três arcos semicirculares localizados na fachada. À
esquerda, há um arco duplo sobre um pilar central e à direita um arco simples
com um pilar de cada lado. Estes arcos são esculpidos com frisos geométricos em
paus quebrados e as capitais dos pilares também são esculpidas.
A Maison des Petits Palets
encontra-se classificada como Monumento Histórico.
"Maison des Petits Palets" conhecida por Casa das Mantas", do século XII em Dol-De-Bretagne |
Ao lado do Posto de Turismo e da
Catedral de São Sansão fica o CathédralOscope que é um museu único deste género
em que nos é proporcionado ver as técnicas de construção utilizadas e os
progressos realizados pelos trabalhadores nas construções das catedrais durante
a Idade Média. CathédralOscope oferece um olhar lúdico, educacional e
interativo na arte gótica, sendo um centro de interpretação das catedrais.
O bilhete para adulto é de 6,80 €
e o áudio guia 1,50 € . O áudio guia é nas línguas inglesa, alemã, francesa e
holandesa.
Não chegámos a visitar o museu
dado o mesmo já se encontrar fechado.
Em Dol-de-Bretagne encontram-se
muitas casas em estilo enxaimel e possui um rico património histórico e
arquitectónico em muito bom estado.
Dol-de-Bretagne é relativamente pequena e vive da agricultura, do comércio e do turismo.
Esta AS fica junto ao centro da
Vila e o estacionamento é gratuito apenas a manutenção das águas é paga, 2 €.
Estacionamento e pernoita na AS, (coordenadas N 48º 21’
50” W -1º 45’ 17”)
Percorridos no dia 28 Kms
*
Depois desta visita demos por terminada a nossa incursão
pela Bretanha Francesa.
As expectativas que trazíamos relativamente
à Bretanha não saíram defraudadas, pelo contrário, pois cada localidade ainda
era mais atrativa que a outra e conhecemos localidades excepcionais e que
merecem de facto ser visitadas e revisitadas.
A Bretanha Francesa é uma
descoberta maravilhosa, pois é muito rica em património cultural, natural e
histórico. As cidades, vilas ou aldeias apresentam uma grande preservação e uma
autenticidade invulgar.
Na Bretanha podemos ainda admirar
os escultores de “Kersantite”, que muitas vezes formam estátuas, cenários
religiosos, lápides, igrejas e capelas com esta pedra,
Outra característica interessante
da Bretanha é que em muitas das localidades existem informações / indicações
com sinais bilingues, em francês e bretão.
Como alguém nos referiu “nós somos um povo diferente e com uma grande
cultura de origem Celta e das Ilhas Britânicas”.
Sem comentários:
Enviar um comentário