Espanha e França 2018
Dia 26 (27 de Maio de 2018)
(Le Faou – Brest – Landerneau - Paimpol)
A manhã apresenta-se nublada e a
chuva parece ameaçar, pois a noite também foi chuvosa.
Depois do pequeno-almoço e feita
a manutenção das águas saímos em direcção a Brest onde chegámos por volta das
09,50 horas.
Brest encontra-se localizada no
noroeste da França na Costa do Atlântico, numa baía natural, enseada, no
departamento de Finistère, que significa fim da terra e na região da Bretanha, sendo
o segundo maior centro administrativo da Bretanha.
A cidade é praticamente dividida
em duas partes pelo rio “Penfeld”. Possui um clima oceânico sendo muito húmido
e ventoso ao longo do ano.
A cidade de Brest durante a
segunda guerra mundial, foi fortemente bombardeada pelos aliados que visavam
essencialmente o porto marítimo, fortificado por “Vauban” uma vez que o mesmo
era intensamente utilizado pela marinha alemã que ali tinha uma importante base
para os submarinos.
Durante esses bombardeamentos
foram destruídos a maior parte dos edifícios históricos da cidade e dos quais
restam apenas algumas lembranças no histórico bairro “La Recouvrance”..
Brest, cidade portuária, é um
porto importante de França e o porto comercial movimenta sobretudo contentores,
numa extensão de vários Kms de cais.
Depois de ter-mos estacionado num
dos vários parques de estacionamento existentes junto ao porto comercial e
próximo do Castelo, decidimos começar a nossa visita caminhando
descontraidamente até ao centro da cidade.
Como hoje é Domingo encontra-se
tudo fechado e a cidade está quase sem movimento.
Passámos pelo “Cours Dajot” que é
um passeio público com quase 500 metros de comprimento e com imensas árvores,
olmos e que se localiza junto ao castelo e com vista para o porto comercial.
"Cours Dajot" em Brest |
Ali encontra-se o “Monumento
Americano” que é um monumento naval e mais conhecido como a “Torre Rosa”. Este
memorial foi ali construído para comemorar o acolhimento dado pelos franceses
aos americanos durante a primeira guerra mundial. Este monumento foi destruído
pelo exército alemão durante a segunda guerra mundial e posteriormente
reconstruído de forma idêntica no ano de 1958.
Ali também se encontra o portão
de honra do “Quartel Fautras”, destruído durante a segunda guerra mundial e que
era o quartel das tropas da Marinha e quarteis do 2º Regimento da Infantaria
Colonial.
A Igreja de São Luís de Brest, “Église
Saint Louis” em homenagem a Luís XI foi construída entre 1953 e 1958, sob as
ruínas da antiga igreja do século XVIII que foi quase completamente destruída
pelos bombardeamentos da segunda guerra mundial.
Esta Igreja construída em cimento
armado, é de estilo moderno, com uma arquitectura muito vertical e com umas
dimensões imponentes (95 metros de comprimento, 27 metros de largura e 24,5
metros de altura sob a abóboda).
Não foi possível fazer visita uma
vez que se estava a aproximar a realização de uma cerimónia, missa dominical.
Em seguida passeámos
descontraidamente a pé pela cidade e fomos com destino ao bairro “La
Recouvrance.
Cavalos marinhos na Praça Marc-Sangnier em Brest |
Esta obra encontra-se junto à
ponte de “Recouvrance”.
A Árvore Empática "L'Arbre Empathique" em Brest |
A Árvore Empática "L'Arbre Empathique" em Brest |
A Torre Tanguy encontra-se
localizada na margem direita do rio “Penfeld”, no Bairro de Recouvrance, que
foi o berço histórico da cidade de Brest e é uma construção fortificada.
Actualmente a Torre Tanguy abriga
um pequeno museu que convida a descobrir a Brest de outrora.
Não foi possível visitar a Torre
Tanguy uma vez que a mesma se encontrava também fechada pois o horário de
abertura nesta altura era apenas entre as 14 e as 18 horas.
Na Praça “Henry Ansquer”, no Bairro
de Recouvrance “Quartier de Recouvrance”, podemos admirar a estátua de Fanny de
Lanninon e Jean Quéméneur. Esta escultura em bronze com 700 Kgs e 3 metros de
altura imaginada pelo escultor Jerome Durand, representa uma Fanny alcançando
“in extremis” o casaco de Jean, impedindo assim que este caísse à àgua.
“Esta é uma lenda popular que representa os dois heróis do bairro imortalizados
nas canções a eles dedicadas e na qual antes da guerra, um jovem marinheiro se
encontrava apaixonado pela jovem mais
bonita de Laninon do distrito de Recouvrance e a qual frequentava os diversos
bares da cidade.
Mas passados 20 anos a cidade de
Brest não era a mesma tal como a sua amada. Assim sentiu-se abandonado pela
mulher infiel antes de se afundar na bebida e cair na água”.
Estátuas de "Fanny de Lanninon e Jean Quéméneur"
no Quartier de Recouvrance em Brest
|
Estátuas de "Fanny de Lanninon e Jean Quéméneur" e ao fundo a
"Torre Tanguy" no Quartier de Recouvrance em Brest
|
O Castelo de Brest encontra-se
localizado na foz do rio “Penfeld” no coração da enseada de Brest, num lugar de
grande importância militar e estratégica, sendo uma importante fortaleza
militar e é o monumento mais antigo da cidade.
O Castelo de Brest encontra-se
classificado como Monumento Histórico.
Desde 1955 que ali se encontra
instalado o Museu Nacional da Marinha. Neste museu encontram-se esculturas
famosas de Yves Collet, modelos de navios, esculturas, pinturas e outros
objectos relacionados ao desenvolvimento da prisão, do porto militar, das
construções navais e da vida marítima de Brest.
Vista do Castelo de Brest |
Vista do Castelo de Brest |
Brest é muito acessível para visitar, em particular porque está ligado com a outra margem do rio pelo primeiro teleférico urbano da França e o qual proporciona uma vista diferente da cidade, mas também através do metro de superfície, de bicicleta e mesmo a pé.
Brest tem mais para visitar,
essencialmente o Oceanópolis, mas como a chuva voltava a ameaçar decidimos dar
por terminada esta breve visita e saímos com destino à vila de Landerneau. À saída
de Brest passámos pela ponte de “I’Iroise” que atravessa o rio “Élorn”. Esta é
uma moderna ponte estaiada em que os dois pilares que suportam os cabos têm 115
metros de altura. Esta ponte tem 800 metros de comprimento e a distância entre
os dois pilares é de 400 metros e foi construída a partir de 1991 e inaugurada
em 12 de Julho de 1994. Esta ponte possui o terceiro maior comprimento de
pontes estaiadas francesas (comprimento entre dois pilares), atrás da ponte da
Normandia e da ponte de Saint-Nazaire.
Ponte de "I'Iroise" em Brest |
Continuamos a nossa viagem e
chegamos a Landerneau por volta das 12,15 horas. Em Landerneau estacionámos num
parque existente junto da AS. Este parque é grátis e apenas não permite que se
passe ali a noite.
Landerneau localiza-se na foz do
rio “Elorn”, no noroeste de França, departamento de Finistère na Bretanha.
Landerneau foi um importante
centro das indústrias do linho nos séculos XVI e XVII. Actualmente é o
principal mercado agrícola no noroeste de França.
Landerneau apresenta um rico
património arquitectónico com vários edifícios classificados e muitas casas com
fachadas de madeira e cobertas com ardósia.
Após o almoço fomos até ao centro
da vila mais precisamente até à Ponte de Rohan.
A ponte de Rohan “Pont de Rohan”
é a sua principal jóia do turismo, pois é uma das poucas pontes habitadas
existentes no mundo, com as suas casas do século XVI, de pedra e ardósia,
construídas sobre a própria ponte. Essas casas além de serem habitadas também
ali estão instaladas lojas comerciais e restaurantes.
Actualmente esta ponte é
pedestre.
Ponte de "Rohan" em Landerneau |
Ponte de "Rohan" em Landerneau |
Ponte de "Rohan" em Landerneau |
Ponte de "Rohan" com as suas casas de madeira revestidas
a ardósia em Landerneau
|
A Igreja de São Tomás “Église
Saint Thomas”, de estilo renascentista foi construída entre 1607 e 1669 e é
dedicada ao arcebispo, São Tomás de
Cantuária.
Esta Igreja encontrava-se
fechada.
A Igreja de São Tomás “Église
Saint Thomas” encontra-se classificada como Monumento Histórico.
Igreja de São Tomás, "Église Saint Thomas" em Landerneau |
Igreja de São Tomás, "Église Saint Thomas" em Landerneau |
Igreja de São Tomás, "Église de Saint Thomas" em Landerneau |
Igreja de São Tomás, "Église Saint Thomas" em Landerneau |
Igreja de São Tomás, Église Saint Thomas" em Landerneau |
A poucos metros da Igreja de
Santo Tomás “Église Saint Thomas” encontra-se um edifício, do ano de 1635, de
estilo renascentista com uma gravura de um crânio e ossos cruzados na pedra.
Este edifício é um ossuário, “Ossuário Saint-Cadou”. Este ossuário de pedra
rectangular de “Logonna”, durante a revolução francesa tornou-se uma oficina de
sapatos para os soldados. Posteriormente serviu como casa de habiltação para o
sacristão e actualmernte alberga um museu cultural.
Não foi possível efectuar
qualquer visita uma vez que o mesmo se encontra fechado de Novembro a Junho.
O “Ossuário Saint-Cadou”
encontra-se classificado como Monumento Histórico.
O "Ossuário Saint-Cadou" em Landerneau |
O "Ossuário Saint-Cadou" em Landerneau |
A Maison de la Sénéchaussée,
também conhecida como a Maison de la Duchesse Anne, feita de pedra “Logonna” e
construída em 1664. A originalidade desta mansão reside na composição diferente
das suas fachadas. Do lado leste a fachada é de pedra da “Lagonna” e apresenta
uma mistura de estilos medieval e renascentista. Ali também podemos ver um
nicho com uma estátua do século XVI de Cristo.
Do lado norte apresenta as
laterais de madeira que se encontram cobertas de ardósias e com umas grandes
janelas.
A "Maison de la Sénéchaussée", com as laterais de madeira
cobertas de ardósia em Llanderneau
|
Nicho com a estátua de "Cristo" na fachada da
"Maison de la Sénéchaussée" em Landerneau
|
Nicho com a estátua de "Cristo" na fachada da
"Maison de la Sénéchaussée" em Landerneau
|
A antiga Igreja de Saint Houardon
de estilo neogótico clássico, por volta de 1858, foi desmontada e posteriormente
foi instalada (montada) no centro da vila, mais precisamente no lugar onde hoje
se encontra. Esta operação foi financiada por Napoleão III e as obras
decorreram durante um período de três anos. Na montagem, reconstrução, da
igreja esta sofreu várias alterações e entretanto foram acrescentadas dois
novos elementos muito interessantes, a parte superior do campanário e a varanda
sul da igreja. Estes novos elementos são de estilo renascentista.
A Igreja está classificada como
Monumento Histórico.
Fachada da Igreja de "Saint Hourdon" de Landerneau |
Fachada sul da Igreja de "Saint Houardon" de Landerneau |
Nave e altar da Igreja de "Saint-Houardon" de Landerneau |
Púlpito da Igreja de "Saint-Houardon" de Landerneau |
Por vários locais da vila estavam
a ser feitos preparativos festivos que iriam decorrer durante o dia.
A festa da Bretanha “Fête de la
Bretagne” é constituída por muitos eventos de convívio, resultantes de
dinâmicas colectivas, partilhando o mesmo objectivo que é de valorizar a
Bretanha em toda a sua criatividade.
Todos os anos centenas de
milhares de “Bretões” e amigos da Bretanha se reúnem na França e no mundo para
celebrar uma região festiva e criativa, incluindo milhares de voluntários sem
os quais a festa não aconteceria.
Em seguida passeámos
descontraidamente a pé pela vila, admirando estas ruelas e calçadas de pedra
bem como as suas casas também em pedra e algumas em madeira e revestidas a
ardósia.
"Hotel de Ville" de Landerneau |
Outra característica de
Landerneau é que além de apresentar muitas informações / indicações com sinais
bilingues, em francês e alemão também as crianças do ensino primário frequentam
escolas bilingues.
Após esta visita saímos com
destino a Paimpol mas efectuando a viagem por algumas zonas costeiras de
“Côtes-D’Armor” e com passagem por Ploumanach e Perros-Guirec onde se puderam
admirar as construções das casas de granito rosa bem como as rochas junto ao
mar. Na passagem por Lannion passámos pelo Leclerc onde abastecemos de gasóleo
que estava a 1,432 € o litro.
Chegados a Paimpol por volta das
17,00 horas estacionámos no parque de estacionamento “ Gare” que fica junto à
estação dos comboios. Este parque é gratuito e ali já se encontravam 8
autocaravanas estacionadas.
Paimpol (Pempoull em Bretão) é
uma vila costeira do departamento “Côtes-D’Armor”, no norte da Bretanha.
Paimpol é considerada como o
centro de pesca e cultivo de ostras de “Côtes-d'Armor”. Esta vila com um grande
passado marítimo, começando pelas viagens de pesca do bacalhau à Terra Nova e à
Islândia. Hoje, a sua glória é uma ostra: a famosa Paimpolaise.
Depois de devidamente instalados
começámos a nossa visita percorrendo as ruas em direcção ao centro da vila. O
coração de Paimpol está centrado em torno do porto de pesca e marina e das ruas
do centro histórico.
Paimpol também está em festa e
com muita animação, pois nas ruas ao redor do porto encontram-se instalados
carroceis e outros divertimentos.
Passeámos um pouco pelo porto
admirando as casas em pedra do século XVII com as ruas em calçada de
paralelepípedos e a mistura de barcos de recreio e barcos de pesca amarrados ao
redor do porto.
A vila tem muito comércio, galerias,
estúdios e artesãos, lojas gastronómicas, creperias e restaurantes com especial
destaque para as especialidades de peixe ali apresentadas.
Paimpol tem no cultivo da ostra e
no turismo as suas principais actividades.
Estacionamento e pernoita no parque de estacionamento
“Gare” (coordenadas N 48º 46’ 34” W -03º 02’ 55”)
Percurso de Le Faou a Brest, 33 Kms
Percurso de Brest a Landerneau, 25 Kms
Percurso de Landerneau a Paimpol, 129 Kms
Percorridos no dia 187 Kms
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