quinta-feira, 24 de maio de 2018

Espanha e França 2018
Dia 23 (24 de Maio de 2018)
(Rochefort en Terre – Vannes – Carnac – Hennebont – Pont Aven)
Saímos de Rochefort-en-Terre por volta das 8,30 passámos por La Vraie- Croix para mudanças de águas e chegámos a Vannes ás 9,30 horas.
Após termos estacionado numa rua próxima do porto, fomos até ao Posto de Turismo, que se encontra localizado numa esplanada à beira do porto, onde solicitámos mapas e informações turísticas.

Posto de Turismo de Vannes

Vannes é uma cidade histórica do sul da Bretanha e encontra-se localizada na costa norte do “Golfo de Morbihan”, acima do estuário do rio Marle, a 15 kms do Oceano Atlântico.
Vannes é uma cidade fortificada com as suas muralhas e o seu castelo, tendo crescido intra-muros na época medieval e ainda hoje podemos admirar o casco histórico, muito bem conservado e com imensas casas de madeira tipo enxaimel e tão características em algumas regiões de França, sobretudo na Alsácia e também na Bretanha.
Os Duques da Bretanha tiveram a sua residência em Vannes.
A nossa visita começou precisamente com a passagem da zona do porto para a zona fortificada através da porta de São Vicente “Porte Saint-Vincent”, do século XVII e de estilo barroco. Esta porta, integrada nas muralhas da cidade, era a porta principal de entrada na cidade fortificada sendo uma das seis portas de entrada na cidade ainda visíveis.
Esta porta encontra-se classificada como Monumento Histórico.

Vista do canal e ao fundo o porto de Vannes

Vista do Porto de Vannes e ao fundo vemos a Porta de São Vicente

Porta de São Vicente em Vannes

O Castelo de Hermine “Château de l’Hermine” de estilo neoclássico do século XIV, é um pequeno castelo construído nas muralhas da cidade e que foi a residência principal dos Duques da Bretanha entre o final do século XIV e século XV. Arruinado e desmantelado no século XVII, foi convertido em hotel particular, o Hotel Lagorce (que tomou o nome do seu dono), durante o século XVII e sendo sucessivamente utilizado para vários fins, como mansão, Escola de Artilharia, Tesouraria Geral, Faculdade de Direito e actualmente é sede de várias associações incluindo o Instituto Cultural da Bretanha.

Castelo de l'Hermine em Vannes

Jardins do Castelo de l'Hermine em Vannes

Esta porta que não apresenta ser de sistema defensivo, pois foi aberta nas muralhas no final do século XVII, na altura em que partes das muralhas foram vendidas ou alugadas a proprietários privados para a construção das suas casas.
O acesso a esta porta faz-se através de uma pequena ponte de pedra
Esta porta encontra-se classificada como Monumento Histórico.

Porta "Poterne" nas muralhas de Vannes

A Torre Policial “La Tour Connétable” de estilo medieval, do século XV e com 20 metros de altura é uma torre integrada nas muralhas e que apesar do seu aspecto fortificado o destino inicial desta torre era para servir de residência do comandante dos exércitos do Duque da Bretanha.
Esta torre encontra-se classificada como Monumento Histórico.

"Tour du Connétable" em Vannes

È uma igreja católica romana, de estilo gótico, apresentando a sua fachada em estilo neogótico e a sua construção prolongou-se do século XV ao século XIX. A Catedral foi declarada Basílica Menor e é a sede do Bispo de Vannes. No seu interior apresenta várias capelas e entre elas a de Santa Ana que é a padroeira da Bretanha.
A catedral encontra-se classificada como Monumento Histórico.

Catedral de São Pedro em Vannes

A nave com o altar na Catedral de São Pedro em Vannes

A nave com o altar na Catedral de São Pedro em Vannes

O órgão na Catedral de São Pedro em Vannes

A Câmara Municipal de Vannes “Hotel de Ville”, cuja data de construção ocorreu entre 1880 e 1886 é de estilo neo-renascentista e encontra-se classificada como Monumento Histórico.

"Hotel de Ville" de Vannes

Percorremos as ruas cheias de movimento e pudemos admirar belas casas bem conservadas e muitas casas de madeira tipo enxaimel.
Vannes tem uma herança importante de casas tipo enxaimel. As mais antigas datam do século XV. O mais impressionante, devido à sua decoração meticulosa, especialmente nos cachorros, data do século XVI. Na rua Saint-Salomon ou no bairro de Saint-Patern podemos ver este tipo de casas, cujo piso térreo é usado para abrigar lojas comerciais






Após esta visita saímos em direcção a Carnac que fica localizado no departamento de Morbihan na Bretanha, onde chegámos por volta das 12,45 horas ao parking do Parque Megalítico.
Ali já se encontravam vários veículos estacionados, autocarros, carros e autocaravanas.


Almoçámos e após solicitei informações no atendimento do Parque Megalítico que nos possibilitou conhecer melhor esta vila que é mundialmente conhecida pelo conjunto de menires ali existentes e também designados como as “Rochas de Carnac”.
As “Rochas de Carnac” são um alinhamento de 3000 megálitos e estendem-se por uma extensão de cerca de 4 kms.
Estes alinhamentos foram erguidos por comunidades sedentárias no período neolítico pré-histórico compreendido entre 5000 e 2000 aC.
Estas tribos moravam em grandes casas de madeira e argila e praticavam a pecuária e a agricultura. O sedentarismo tê-los-ia levado a criar um culto aos mortos por meio da construção colectiva de enormes túmulos, pedras gigantes, antas e fileiras de menires, ao alto e dispostos em filas e também dispostos em grupos mais ou menos paralelos.
O percurso para visitar estes menires pode ser efectuado a pé ou então pode-se optar por fazer alguns dos percursos de carro, pela estrada e estacionar num dos vários parques de estacionamento que se encontram nos designados alinhamentos dos menires. Posteriormente faz-se alguns dos percursos a pé. Esta hipótese foi a que nós utilizámos, isto à semelhança de muitos mais turistas. Em todos os percursos assinalados encontrámos sempre muitos visitantes.
Em Carnac existem cinco grupos de alinhamentos:
- alinhamento de “Ménec” constituido por 1.050 menires organizados num comprimento de 950 metros;
- alinhamento de “Kermário” é provávelmente o site de Carnac mais importante devido ás impressionantes dimensões dos seus menires. Há também neste alinhamento um dólmen que é um espaço sepulcral/funerário limitado por pedras dispostas horizontalmente.

"Dólmen" nos menires de Carnac

- alinhamento do “Manio” que apresenta fileiras de menires abrangendo tumúlos e alguns blocos de granito local com 1 metro de altura. Neste alinhamento existe um grande menir, apelidado de “Gigante de Manio” com cerca de 6 metros de altura.

"Gigante de Manio" nos menires de Carnac

- alinhamento de “Kerlescan” é composto de 13 filas de menires e são os mais bem conservados.
- alinhamento “O Petit Ménec” que fica situado na comunidade de La Trinité-sur-Mer e estende o seu alinhamento até ao site de Kerlescan.
Existe ainda o túmulo pré-histórico de Saint-Mitchel com um comprimento de 217 metros e uma largura de 59 metros, escavado em 1862 por R. Galles e sendo um dos mais imponentes monumentos do período neolítico médio.
Pode-se visitar também o Museu Pré-Histórico que retrata a evolução do homem na Bretanha depois do período paleolítico 450.000 anos aC, até à idade média e em particular o espólio proveniente das numerosas sepulturas megalíticas da região


"menires" de Carnac

"menires" de Carnac

"menires" de Carnac

"menires" de Carnac

"menires" de Carnac

Após termos dado por finda esta visita saímos de Carnac e chegámos a Hennebont por volta das 16,15 horas.
Estacionámos e fomos ao Posto de Turismo solicitar mapas e informações turísticas.

Posto de Turismo de Hennebont

Hennebont é uma vila da Bretanha, do departamento de Morbihan e que foi em grande parte destruída pelos bombardeamentos das tropas alemãs em 7 de Agosto de 1944, durante a 2ª guerra mundial. Apresenta um importante património histórico da cultura e arquitectura Bretã.
A visita em Henebont acabou por ser um pouco rápida pois visitámos a antiga muralha fortificada da Idade Média que envolvia a antiga vila. 
A entrada nas muralhas medievais foi através da porta "Bro-êrec’h”, que era um dos portões fortificados da antiga vila medieval e a qual se encontra ladeada por dois grandes torreões que serviram como prisão durante a Revolução Francesa, de casa para os sem-abrigo e actualmente funcionam nas suas salas um museu de arte e tradição da cultura Bretã. 


Porta "Bro-êrec'h" da vila medieval de Hennebont

Porta "Bro-êrec'h" com os dois torreões da vila medieval de Hennebont

Podemos caminhar na muralha e da qual se pode ter uma vista mais pormenorizada da Vila e dos seus lindos jardins que envolvem a muralha em alguns locais.


Vista desde as muralhas medievais de Hennebont

Jardins que envolvem as muralhas medievais de Hennebont

Visitámos ainda a Basílica de Nossa Senhora do Paraíso ”Notre Dame du Paradis” de estilo gótico com 65 metros de altura à torre,  e está classificada como Monumento Histórico desde 1862.

Basílica de "Notre Dame du Paradis" em Hennebont

Basílica de "Notre Dame du Paradis" em Hennebont

Basílica de "Notre Dame du Paradis" em Hennebont

Nave da Basílica de "Notre Dame du Paradis" em Hennebont

Altar da Basílica de "Notre Dame du Paradis" em Hennebont

Passeámos um pouco pelas ruas da vila e regressámos ao local de estacionamento da autocaravana.



Hennebont, com as suas coudelarias é muito importante para a criação e desenvolvimento do cavalo bretão mas, essencialmente é uma vila virada para o turismo.
Após esta visita e como o parque de estacionamento ficava um pouco isolado, apesar do lado de lá do rio e em frente ficar o parque de campismo, resolvemos sair em direcção a Pont Aven onde chegámos por volta das 19,00 horas.
Em Pont Aven estacionámos num parque gratuito que fica à entrada da Vila, “Parque Bois D’Amour”  e a cerca de 15 minutos a pé do centro da Vila. Neste parque já se encontravam 4 autocaravanas. O parque fica junto a um rio e na altura pudemos ver algumas pessoas a descer o rio em Kaiaques.
Pont-Aven é uma vila localizada no departamento Finisterra e pertence à região da Bretanha e estende-se ao longo das margens do “Rio Aven”.
Pont-Aven é designada “a cidade dos pintores” em virtude dos numerosos pintores que ali estiveram, incluindo “Paul Gauguin” que era um famoso pintor francês do pós-impressionismo”.
A escola de pintura de Pont-Aven foi criada com a finalidade de agrupar artistas muito diferentes, de variados estilos e de várias nacionalidades que regularmente ali vinham para pintar.
Muitos dos artistas ficaram completamente rendidos e retrataram as paisagens campestres bordejando o estuário do rio Aven bem como a bela costa rochosa.
Nessa altura muitos dos artistas durante as suas estadias na vila hospedavam-se no “Hôtel des Voyageurs”, Hotel dos Viajantes, e por vezes pagavam a sua estadia decorando a sala do hotel com obras em pinturas.
Em 1985 foi criado o Museu das Belas Artes de Pont-Aven que tem como objectivo dar a conhecer os pintores que passaram pela vila e que foram importantes e prestigiados para a reputação da “Escola de Pont-Aven”. Actualmente o museu tem cerca de 850 obras que vão desde a “Escola de Pont-Aven” à arte contemporânea.
Após termos jantado saímos um pouco para conhecer a vila e ficámos agradávelmente surpreendidos pois as lojas de galerias de arte são imensas, como se costuma dizer, são porta sim, porta sim. Estas lojas de galerias de arte na sua grande maioria de pintura, mas também de cerâmica, metal e artesanatos.




Na gastronomia temos as famosas “Galettes de Pont-Aven” que são bolos finos ricos em manteiga e sabores, comercializadas sob o nome Breton “Traou-Mad”.






Pont-Aven é uma vila virada essencialmente para o turismo.
No centro da vila ainda podemos admirar diversas casas antigas e algumas delas são do século XV.
Ainda existem alguns moinhos que entretanto foram transformados em restaurantes.

Moínho "Du Grand Poulguin", transformado em restaurante

Moínho "Du Grand Poulguin", transformado em restaurante

Moinho "Rosmadec" transformado em hotel e restaurante


Moínho "Ty Meur"

A Igreja de São José “Église Saint-Joseph”, construída em 1874 e é de estilo néo-gótico.

Igreja de São José de Pont-Aven

Nave da Igreja de São José de Pont-Aven

Passeámos um pouco descontraídamente pela vila apreciando toda esta beleza natural e a diversidade dos vários atêlies existentes.











Porto de Pont-Aven com a maré baixa

Pont-Aven é uma vila virada essencialmente para o turismo.
Estacionamento e pernoita num parque destinado às autocaravanas, "Parque de Bois D’Amour" (coordenadas N 47º 51' 34,4" W 03' 44' 37.3")
Percurso de Rochefort en Terre a Vannes, 45 Kms
Percurso de Vannes a Carnac, 35 Kms
Percurso de Carnac a Hennebont,60 Kms
Percurso de Hennebont a Pont Aven, 47 Kms
Percorridos no dia 187 Kms

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